«O PCP, os católicos e a Igreja» <br>em debate na Covilhã

A Covilhã acolheu recentemente uma sessão subordinada ao tema «O PCP, os Católicos e a Igreja», em que participaram cerca de 40 pessoas, entre militantes do Partido e democratas independentes, muitos dos quais com intervenção na CDU.

Entre os presentes estiveram Zeferino Moreira da Silva, professor, formado em Teologia, que integrou a mesa da iniciativa; e Manuel Marques, antigo padre católico. Ambos intervieram a partir das suas convicções enquanto cristãos e das experiências adquiridas no quadro da Igreja Católica acerca do papel da mulher e da laicidade na Igreja, aspectos da evolução da «doutrina social da Igreja», das encíclicas e posições de sucessivos papas, do cristianismo «vivido como Igreja dos pobres» e do papel dos católicos progressistas na luta pela justiça e pela emancipação dos trabalhadores e dos povos. A sua experiência de intervenção convergente com os comunistas, na luta contra o fascismo e pela democracia, foi partilhada por ambos.

Deolinda Machado, licenciada em Teologia, activista da LOC e dirigente sindical, que integrou o painel de oradores da sessão, falou da experiência dos sindicalistas católicos na CGTP-IN e na luta dos trabalhadores. Fez, ainda, uma leitura progressista das posições do Papa Francisco. Já Sérgio Dias Branco, leigo da Ordem Dominicana e membro da Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP, referiu a história dos cristãos revolucionários na América Latina na luta contra o colonialismo e o imperialismo e defendeu a opinião de muitos católicos em defesa da escola pública, face à hierarquia da Igreja e aos interesses de alguns colégios privados com contratos de associação.

Carlos Gonçalves, da Comissão Política, sublinhou a reflexão antiga e fundamentada do PCP sobre as questões em debate a partir de textos de Álvaro Cunhal e de orientações assumidas ao longo de décadas. O dirigente comunista procurou ainda reflectir sobre a actualidade numa perspectiva de convergência na intervenção e na luta dos comunistas, dos católicos e de outros crentes progressistas.

Este debate contou também com o contributo de muitos outros participantes que valorizaram a iniciativa do PCP e juntaram novas experiências, ideias e argumentos para prosseguir a reflexão nestas matérias.




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